terça-feira, 11 de junho de 2013

Depoimento: Ivon (Ex professor - preso por trafico de drogas)

Bom dia, pessoal.

Neste sábado (01/06) fomos visitar uma Cadeia . Uma parte da matéria foi gravada diretamente de dentro das celas, mas que vocês só verão nas próximas semanas.
Segundo o Escrivão, há diferença entra cadeia, presídio e penitenciaria. Cadeia está especificando a parte interior, onde as pessoas ficam presas e depois são soltas por alvará. A cadeia fica anexa à delegacia civil. É também o lugar onde os detentos aguardam julgamento e recebem visitas frequentes de parentes; no presídio as pessoas já estão cumprindo a pena legal estabelecida. Possui também uma segurança maior, não que as cadeias não tenham, mas é mais rígida; já na penitenciaria não precisa necessariamente ter sido julgado. Porém também é onde os acusados cumprem as penas legais. As três estão interligadas.  Além disso todos presos tem direito a advogados públicos.










Quando terminamos de gravar com um dos presos dentro da cela e estávamos saindo dela, descobrimos que um senhor, de aparentemente 50/60 anos havia matado suas quatro mulheres à facadas, dentre elas uma de 38 anos.

Na cela feminina haviam três mulheres, porém nenhuma delas quis gravar e sim apenas conversar conosco, então o que vamos passar pra vocês é o que cada uma disse sobre si:

Daiane: Está presa a cinco meses por porte de 50 pedras de crack. Tem o marido também preso na mesma cadeia. A família abandonou-a com duas crianças, pois não aceitavam o seu marido. Como não tinha condições de cuidar de seus filhos sem o marido e seus familiares não ajudavam, e ela ainda carregava um filho de oito meses na barriga (que morreu em sua barriga, por ela não poder fazer um pré-natal adequado), acabou achando que se ela vendesse drogas ajudaria a dar comida para seus filhos, porém prejudicou seus filhos e a si mesma. Ela nos contou que sente saudade dos seus filhos e se arrepende muito. Já foi ouvida pelo juiz e que possuí advogado público. Disse também que ela não quer mais passar por isso nunca mais.

Roseli: Está presa a 11 meses por assumir a culpa do filho menor de idade por tráfico. Ela é usuária de crack a dez anos. Tem uma boa conduta mas ainda não foi ouvida, trabalha fora das celas ajudando a limpar a cadeia, participa dos cultos da igreja. Ela disse que “faz um pouco de tudo”. Arrepende-se demais. Era evangélica e abandonou tudo, foi uma vítima das drogas e teve várias recaídas. Ainda nos contou que não está triste por estar aqui, pois queria se livrar da situação em que ela vivia. Nos contou que nem ela se aguentava. Agora ela toma remédios para controlar as crises por abstinência. Ganhou uma casa do governo e já tem para onde ir quando sair da cadeia. Quer te uma vida de cidadã normal e de cabeça erguida. Possui advogada particular que já entrou com pedido de Habeas Corpus.

Priscila, 26: Usuária de maconha, porém passou pelo crack. Foi pega com 315 gramas de maconha quando seu marido fez um disparo com arma de fogo e os vizinhos chamaram a polícia. Faz sete meses que ela está presa. Tem advogado público e já foi ouvida.

Os presos também colaboram na cadeira fazendo enfeites e até objetos a partir de garrafas pets e recicláveis. No natal de 2011, foram os detentos que fizeram os enfeites de natal da cidade. MATÉRIA COMPLETA NO "O DIÁRIO.COM".

Ps.: Alguns nomes e dados estão incompletos por questões sigilosas.

Agradecemos às pessoas que nos ajudaram: Investigador, Plantonista, Delegado Zoroastro. Esperamos que vocês tenham gostado, até a próxima.



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