Hoje aqui no
blog teremos uma matéria complementar do podcast da semana passada - cliqueaqui para ouvir.
Aqui no blog já mostramos um caso de usuário de drogas que começou seu vicio
através de festas e amigos (cliqueaqui).
O post de hoje vai explicar como ALGUMAS drogas funcionam e com algumas dicas
para os tratamento.
O Vicio:
Segundo a
Organização Mundial de Saúde (OMS), droga é toda "substância que, quando
administrada ou consumida por um ser vivo, modifica uma ou mais de suas
funções, com exceção daquelas substâncias necessárias para a manutenção da
saúde normal".
Para
entender o mecanismo do vício, é preciso compreender os caminhos percorridos
pela dopamina no cérebro. A dopamina é o neurotransmissor da dependência. É ela
que dispara a sensação de prazer - seja a advinda da ingestão de um prato
saboroso, seja a causada pelo uso de um entorpecente. Ao inalar cocaína, por
exemplo, o usuário tem seu cérebro inundado de dopamina - daí a sensação de
euforia que, em geral, a droga produz. Até pouco tempo atrás, acreditava-se que
o vício era processado exclusivamente nas porções cerebrais associadas ao
sistema de prazer e recompensa, ativado em especial pela dopamina.
Recentemente, descobriu-se que há outros circuitos envolvidos nesse mecanismo e
que a dopamina também os integra. "Graças ao aperfeiçoamento dos exames de
neuroimagem, constatamos que os efeitos neurobiológicos das drogas ultrapassam
os centros de prazer e recompensa do cérebro e se estendem ao córtex
pré-frontal, região associada à analise dos riscos e benefícios, na qual se
concentram as tomadas de decisão", afirma a psiquiatra Nora Volkow,
diretora do Instituto Nacional de Abuso de Drogas, dos Estados Unidos, e uma
das principais autoridades mundiais no assunto. Isso significa que o vício se
relaciona também à química envolvida nos processos decisórios e mnemônicos. Em
outras palavras, ele está associado tanto ao impulso quanto à memória.
Substancias:
Poucas drogas produzem um efeito tão devastador no organismo quanto a heroína.
A
cocaína é
popularmente encontrada em pó, geralmente branco, obtido de uma pasta feita com
folhas de coca, um tipo de arbusto sul-americano que, na década de 80,
tornou-se uma coqueluche mundial. Entre os efeitos agudos da droga estão uma
sensação de euforia logo nos primeiros minutos, seguida de disforia, um aumento
das percepções sensoriais e da auto-estima e a diminuição do sono e do apetite.
A droga prejudica o funcionamento do cérebro como um todo, mas estudos
mostraram que ela compromete principalmente o lobo frontal. Essa região é
responsável, entre outras funções, pela criatividade, pelo controle da
impulsividade e pelo senso crítico, o que explicaria alguns comportamentos
muito comuns entre os viciados, como as mudanças repentinas de humor e surtos
de agressividade.
O crack a droga chegou ao Brasil no
início dos anos 90 e, dois anos mais tarde, já marcava presença nas maiores
cidades do país. As pedras de crack são obtidas pela mistura de pasta de coca,
água e bicarbonato de sódio. Tudo isso é aspirado numa espécie de cachimbo. A
droga é considerada a forma de cocaína mais capaz de causar consumo compulsivo
e dependência. Para os traficantes, o crack é vantajoso por ser mais barato, mais
fácil de transportar do que o pó e muito mais potente. O efeito da droga começa
quinze segundos após a primeira aspiração. Em um mês, em média, cria-se a
dependência.
O ecstasy, ou MDMA, é um tipo de metanfetamina, substância
estimulante do sistema nervoso central. Mistura de alucinógeno com anfetamina,
é conhecido como "droga do amor" ou simplesmente "E".
Sintetizada em 1912, a droga já foi usada como moderador de apetite e até como
desinibidor em sessões de psicoterapia, mas acabou proibida nos anos 80. Seu
uso causa sensação de euforia, gerada pela descarga de serotonina -
neurotransmissor ligado ao prazer e ao bem-estar - que ela produz no cérebro.
Mas também acelera os batimentos cardíacos, eleva a temperatura corporal e
desidrata o organismo, o que leva o usuário a consumir muita água. Passado o
efeito da droga, geralmente ocorre uma sensação de depressão que dura cerca de
dois dias. Há casos de usuários que, para evitar essa reação, consomem a droga
cada vez com mais freqüência, o que leva à dependência.
O cigarro também é considerado uma droga. Só que
lícita, como o álcool. Todos os anos 4 milhões de pessoas no mundo morrem
vítimas de doenças associadas ao fumo. O tabagismo está entre os principais
fatores de risco para infartos, derrames, diabetes e vários tipos de câncer,
entre outros males. Um único cigarro contém 4.700 substâncias, mas apenas uma
causa dependência: a nicotina. Depois de uma tragada de cigarro, ela demora
apenas nove segundos para chegar ao cérebro e desencadear a liberação de dopamina,
neurotransmissor responsável pela sensação de prazer. Isso resulta em
dependência química. Pesquisas indicam que mais da metade dos fumantes gostaria
de largar o vício: a maioria não consegue pela dependência, mas também pelo
hábito. Fumar é um hábito arraigado ao dia-a-dia do fumante.
O álcool não é uma droga para a maioria das
pessoas, mas pode ter efeitos desastrosos para até 15% das pessoas, aquelas que
se tornam dependentes físicas e mentais da substância. Seu consumo,
principalmente na adolescência e na juventude, deixa marcas indeléveis no
cérebro. Ao entrar no organismo, o álcool vai direto para o sangue. De lá,
migra para o fígado, onde é metabolizado, e para o cérebro. Quando o fígado não
consegue desintoxicar-se por inteiro, produz-se a ressaca. E quando é alta a
quantidade de álcool que vai para o cérebro, sem passar pelo metabolismo, vem o
famoso "porre". Os efeitos a longo prazo são bastante indesejáveis.
Eles variam de déficits de aprendizagem, falhas permanentes de memória,
dificuldade de autocontrole a ausência de motivação e lesões graves no fígado.
O abuso de álcool na juventude faz com que o jovem fique cinco vezes mais
propenso a se tornar alcoólatra na idade adulta.
E depois da explicação sobre
ALGUMAS DROGAS, vamos aos tratamentos:
O uso repetido de drogas muda a forma como o
usuário se relaciona com o mundo. Além de alterar as emoções, compromete a
capacidade de cognição e os reflexos motores. A boa notícia é que o cérebro tem
uma capacidade extraordinária de se recuperar dos danos causados pelo vício.
Quanto antes uma pessoa inicia o tratamento, melhor. É mais difícil tratar
alguém que foi dependente de cocaína por trinta anos do que quem usa a droga há
três. O mesmo vale para outras substância, como nicotina e álcool. Os
especialistas são unânimes em afirmar que não existem tratamentos eficazes que
durem menos de noventa dias. Os exames de neuroimagem mostram que esse é o
período de maior propensão a recaídas, porque o cérebro permanece mais
vulnerável ao longo dos três meses seguintes à última vez em que se utilizou a
droga.
Nota: Essa matéria foi
baseada e resumida da matéria online da revista veja, caso queria conferir a
matéria completa clique aqui.